PLANTAR OU CUIDAR DO QUE PLANTOU?

01/09/2015
Geral

Constantemente há campanhas de plantio de árvores, principalmente em datas comemorativas relativas ao meio ambiente. Empresas privadas, escolas, associações, organizações não governamentais e até grupos religiosos mobilizam dezenas a centenas de crianças e adolescentes para plantarem árvores. Tal atitude é nobre e aparenta ser uma boa prática com uma excelente intenção de preservação do meio ambiente, o grande problema é que a maioria das arvores que são plantadas nessas campanhas acabam morrendo por falta de cuidado. É necessário cultivar o que se planta, adubar e aguar. Seria muito pertinente que em cada arvore plantada fosse afixado uma etiqueta com o nome da pessoa que realizou o plantio e a data, para que o mesmo cuide da arvore que plantou. Não é nada comum campanhas para “Cuidar do que plantou”, pra dizer bem a verdade nunca presenciei ou fiquei sabendo de uma campanha assim, observo que falta o compromisso da continuidade, precisamos concluir o ciclo de plantar, cuidar, cultivar e colher. A grande maioria das pessoas que plantam uma árvore, jamais retornou ao local que plantou. É exatamente por isso que os resultados destas campanhas são quase sempre insipientes. Se houvesse mais campanhas para “cuidar do que plantou”, o resultado seria mais expressivo e ambientalmente satisfatório. Plantar uma árvore é algo gratificante, retornar meses e anos depois conseguir identificar e reconhecer a arvore que plantara é colher o resultado da campanha. Precisamos ser mais objetivos nas campanhas de meio ambiente, plantar é apenas o compromisso inicial, cuidar é um compromisso constante. Faço um convite à sociedade para refletir a respeito dos critérios e resultados esperados antes de proporem campanhas ambientais que gerem pouco ou quase nenhum resultado. O saldo dessas campanhas são crianças expostas ao sol em datas comemorativas ao meio ambiente, com ações e atitudes nobres, porém sem resultados. Enquanto não tratarmos as questões ambientais com seriedade e compromisso não obteremos resultados, vamos continuar a “tapar o sol com a peneira” enganando a nós mesmos. Além de plantar arvores para morte, vamos sem perceber plantando ilusões em nossas crianças, adolescentes e em nós mesmos, plantando uma idéia equivoca de que no futuro as coisas vão melhorar. Nosso erro é reflexo de grande parte da sociedade brasileira, que faz o mínimo do mínimo e espera grandes resultados de braços cruzados, de forma passiva, sem se envolver, observando de longe esperando algo acontecer...

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